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sábado, 7 de janeiro de 2012

Feliz tragédia nova

    Nos tempos antigos, eram necessários profetas para prever fatos de proporções catastróficas. Hoje em dia as coisas mudaram muito no que diz respeito isto... Qualquer um pode ser profeta sem precisar de conexão com o divino. Eu falo sobre esse problema das chuvas e suas incomensuráveis consequências. Todos os anos, em janeiro, é a mesma coisa, parece que já faz parte da programação das redes de televisão. Logo que casas começam a ser destruídas e um monte de gente começa a morrer, o governo federal, mais os governos estaduais dos estados afetados, começam a liberar milhões em verba para reconstrução de cidades e "vidas". Que bonzinho esse governo! Em seguida vem aquelas declarações clássicas: "Esse sim é um herói, arriscou a vida para salvar aquela senhora e sua filha de apenas sete anos". Ou então: "Foi deus que me salvou".
    Espero que os leitores consigam chegar no núcleo desta questão. Francamente, as pessoas que constroem casas nas áreas de risco - em encostas, por exemplo - sabem que mais cedo ou mais tarde a chuva vai chegar e a casa vai der destruída; e se for só isso ainda está bom, porque muitas pessoas morrem soterradas ou afogadas. Mas vamos levar em consideração que muitas dessas pessoas não conseguem ter uma noção clara deste risco, seja por um baixo grau de instrução, de orientação ou qualquer forma de ignorância que os levem a subestimar as possibilidades. Vale salientar que não quero fazer juízo de valor sobre isso, mas apenas "botar as cartas na mesa".
    Em primeiro lugar, o governo - federal, estadual, municipal - deveria investir em formas de impedir a construção de casas nestes locais. Em segundo lugar, hoje em dia existe inteligência e tecnologia suficiente para que a estrutura das cidades estejam melhor preparadas para estes períodos de chuvas em abundância (com sistemas de drenagem mais eficazes).
    Às vezes é preciso que sejamos duros ao avaliar certas questões como esta, para não ficarmos lamentando depois. É como se colocássemos o dedo molhado na tomada e depois que levássemos um baita choque, disséssemos: "Aí meu deus, porque isso foi acontecer comigo". Porém, não basta ficar reclamando sem se mover, é preciso que o povo use do poder que tem: a capacidade de pensar e falar. Por exemplo, a imprensa está aí, doida para ter uma matéria para o jornal de amanhã. O povo também tem sua parcela de responsabilidade no que se refere a tomar iniciativa, ora bolas! Mas, no que se refere ao poder público, acho que o que falta para que estas atitudes preventivas aconteçam é que um parente de algum político influente morra em uma dessas áreas para que ações mais efetivas aconteçam. Ou talvez, quem sabe, se morrer alguma celebridade muito querida da rede globo, ou se as olimpíadas ou a copa tiverem eventos sediados em algumas dessas áreas...

Um comentário:

  1. VErdade, TheMcX. Já estamos em pleno desenvolvimento da Idiocracia, mas dá para reverter essa situação.

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